O Silêncio da Vida

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As árvores do parque balançavam ao leve soprar da brisa. Naquele início de outono as folhas caíam mansamente sem fazer ruído. Havia uma leve névoa pairando sobre o lago de águas frias. Ainda era muito cedo. Apesar da leve claridade, o sol ainda não se levantara totalmente. Até mesmo os pássaros sempre tão madrugadores, não haviam saído dos ninhos, talvez com preguiça de abandonar aquele aconchego morno.
Sentada num banco úmido pelo ar da noite, envolta num agasalho branco, uma mulher olhava o parque silente, vazio. Parecia ser a única alma viva no mundo naquele instante. Não se ouvia um único som. Nem mesmo o bater de uma porta, o choro de uma criança, o latido de um cão, um rádio que tocava... Não havia cheiro de nada também... Nem de mato, ou de café fresco, ou de chão úmido, ou de flores. Sem som e sem odores. Um mundo atípico.
A luz, tão difusa, parecia ter sido aprisionada como se alguém tivesse apertado a tecla pause de algum controle remoto... O tempo não passava. O sol não nascia, as pessoas não acordavam, os pássaros não cantavam, a cidade não se libertava daquele torpor. Por que, meu Deus?
Somente aquele vulto ali perdido no banco de um parque morto, de uma cidade morta, de um mundo morto. Um vulto de mulher que não entendia por que o tempo havia parado, por que só ela se dera conta disso, por quê?
Momentos mais tarde, alguém tocou de leve o ombro daquela desconhecida. Lentamente o corpo queda para o lado. O mundo não tinha parado, nem a cidade, nem os pássaros, muito menos os outros. Somente ela é que havia parado na vida, nesta vida... e para sempre.

1 comentários:

Vinicius Carvalho disse...

Boa tarde!!

Intenso e muito verdadeiro seu texto!

Gostei da força!
Um beijo enorme e uma ótima tarde!
Nos encontramos no Alma!

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