Não me prendi em fios de seda insuportavelmente lindos.
Não me prostrei em relva macia e verde com cheiro de chuva recente.
Não me sentei em almofadas indianas de trama dourada com pingentes nos cantos.
Não me deixei molhar na espuma da onda que quebra preguiçosa na areia.
Nem deixei que o vento fustigasse meu corpo e despenteasse meus cabelos.
Quedei-me, apenas, vagarosamente no espaço de mim mesma
E embriaguei-me com os sonhos que deixei para trás
Senti o gosto da infância. Refiz o caminho.
Peguei o fio de meu destino e fui desenrolando.
Alcancei o sol.
Toquei a lua.
Dancei no espaço.
Desfiz as margens que me prendiam.
Acordei para a vida.
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