Aquarelas do passado

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Percebi o tamanho da minha saudade no momento em que não pude mais calcular quanto tempo fazia que determinadas coisas haviam acontecido. Essa impossibilidade de especificar o quando foi, de certa forma, aterrorizou-me, pois senti-me despida de meu passado. Se já não podia encontrar o quando, era bem provável então que metade daquilo que eu chamava de lembrança, nunca tivesse, de fato, ocorrido.


Com o coração aos pulos, comecei a remexer gavetas há anos trancadas, em busca de pistas. Quem sabe em algum pedaço de papel amarelecido pelo tempo, encontrasse rabiscada alguma informação preciosa, uma palavra carregada de informação exata, qualquer cartãozinho importante. Nunca fui dada a fazer diários e agora, tardiamente, arrependia-me.


Encostada na parede, olhos fechados, vislumbrei a fachada da escola que estudara. Um prédio antigo de dois andares com janelas em estilo colonial pintadas de verde, uma alta palmeira no jardim. Crianças e adolescentes entrando pelos portões num burburinho entremeado de risos. Sabia que eu estava no meio deles, mas não conseguia me ver. Em não me vendo, era impossível determinar se era uma menina ou uma adolescente. Estudara a vida toda ali. Que momento seria esse?


Em meio a toda essa assincronia, comecei a perceber que também as lembranças têm prazo de validade. Chega um momento que elas começam a se transformar em borrões esmaecidos, pinceladas em guache quase apagadas na memória. O que resta é a saudade não se sabe bem de quê, de coisas que aconteceram não se sabe quando


2 comentários:

Ricardo Miñana disse...

Hola tienes un bello espacio.
feliz fin de semana.
un abrazo.

Anônimo disse...

Nossa, Vera, como você escreve bem!
Saudades de você. Sempre lhe admirei muito.
Voltarei sempre aqui... rsrs

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