Tempo de Framboesas

Gostou deste artigo? Então clique no botão ao lado para recomendá-lo aos seus contatos do Google! Aproveite para nos adicionar no Facebook, seguir no Twitter e assinar nosso Feed.



A estrada perdia-se na neblina matinal.  Por conta do denso nevoeiro, enxergava-se alguns metros à frente. Os poucos carros que passavam, iam em baixa velocidade, cautelosos. O ar frio da madrugada deixara pequenas gotas de orvalho nos pés de framboesa e ao pegar as pequenas frutas vermelhas, meus dedos enregelados puxavam-nas suavemente para que soltassem intactas dos finos ramos.



Era delicioso levar uma framboesa vermelha e linda à boca e sentir o sabor adocicado, a maciez. Naquele lugar elas nasciam livremente em meio ao matagal e eu repetia aquele ritual quase todo dia: perder-me em meio à bruma em busca dos pequenos rubis comestíveis. Meticulosamente afastava o mato que crescia à beira do caminho, procurando encontrar framboeseiras escondidas. Os pequenos espinhos da planta, em muitas ocasiões, furavam-me os dedos e as gotas de sangue misturavam-se ao vermelho do sumo da fruta em minhas mãos enodoadas.

Não tinha pressa. Como disse o poeta “o melhor o tempo esconde, longe muito longe...”. Portanto era com muita calma que adentrava pelo mato, atenta aos frutos cônicos pendurados nas pontas das hastes. Sempre voltava para casa com uma cestinha cheia, porém as framboesas maiores e mais doces, essas eu degustava durante o passeio.

A beleza natural daquele lugar era extraordinária! Em vários trechos havia filetes de água escorrendo do alto da serra onde o mato dava lugar à rocha. Samambaias, avencas e orquídeas misturavam-se a milhares de outras espécies nativas, cujos nomes desconhecia. Era normal, portanto, que na volta eu respirasse alegria e paz.

Naquela manhã, em meio ao meu regresso a casa, abraçada à cesta cheia de doces frutinhos, um carro passou por mim em altíssima velocidade e, instantes depois, ouvi um barulho enorme. O motorista perdera a direção ao fazer a curva e chocara-se com a montanha. Da porta parcialmente arrancada escorria um filete vermelho que, aos poucos, ia penetrando na terra bem próximo a uma framboeseira carregada de frutos. Não havia mais nada a ser feito. Eu e minhas rubras framboesas saímos dali mais pálidas. “O melhor o tempo esconde, ao longe, muito longe...”.



4 comentários:

Igor Ravasco disse...

O melhor o tempo esconde? Sorte que sempre podemos trazê-lo para perto! =)

Lindalva disse...

Que texto tocante amiga Vera... arrepiou. Passando para te desejar uma doce semana. Beijos no coração!

Samara Angel disse...

bom dia querida,fiquei muito feliz com sua visita ,volte sempre será um prazer ,te ofereço meu selinho com todo carinhopara nao nos perder,riss,amiga adoreiiii o teu blog ,maravilhoso linda imagem de topo e descreves lindamente,nunca comi framboesa assim colhendo nossa me senti num paraiso com orkideas que amo ,flores ameiii,deixo meu carinho e uma linda semana,bjusss
brigaduuuuuuuuu pela sua visita,volte sempre

Evanir disse...

Estou conhecendo seu blog hoje e só posso dizer que gostei muito.
Lindamente postado e muito bem cuidado ofereço meu link já estou seguindo seu blog.
Um beijo com muito carinho.
Evanir.

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...