Na Paleta da Paz

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Olhei a parede branca e nua e pensei numa folha de papel. Talvez pudesse rabiscar alguma bobagem para não ficar tão sem vida essa parede. Ou quem sabe pendurar um quadro colorido, ou só em tons de azul para combinar com a colcha da cama. Poderia ser também uma série de retratos meus, como uma linha do tempo, mas creio que é perigoso deixar latente tanto narcisismo. Uma boa ideia seria grafitá-la assim teria um aspecto mais contemporâneo.

Sem me decidir por nada, quedei na poltrona mirando aquela brancura insossa, sem graça. Foi então que me ocorreu um pensamento estúpido, como tantos outros que me ocorrem, sobre o branco ser a representação da paz. Aprendi nos meus tempos de escola que a cor branca resulta da mistura das cores primárias, ou seja, sobrepondo-se o verde, o azul e o vermelho teremos o branco. Agora por que resolveram que essa cor é sinônimo de paz não faço a mínima ideia.

Considero falta de imaginação e bom gosto, pois um mundo descolorido é absolutamente intragável! Imaginemos, por exemplo, um céu sem o azul e todos os seus matizes. Um por-do-sol sem os roxos, os lilases, os dourados, os rosas, os vermelhos... não seria por-do-dol, até por que o sol nem seria amarelo, então teríamos por-de-nada. E o mar? Tão lindo e maravilhoso com azuis de infinitos matizes, se branco fosse onde estaria a beleza? Na espuma branca lambendo uma branca areia?

Quando olho um belo jardim repleto de flores e vejo perfumadas rosas vermelhas, dálias amarelas, violetas roxas, lírios alaranjados, miosótis azuis, hibiscos magentas, tulipas rosa e a explosão colorida das flores do campo, meu coração pulsa forte, meus olhos iluminados perdem-se naquela exuberância cromática e essa pujante beleza vai penetrando em meus poros, entranhando-se em minhas células.  Sou tomada por tamanho prazer e alegria que me sinto parte do universo e da vida. Sou também uma gota colorida da via-láctea.

Portanto, meu conceito de paz não se coaduna com o que foi institucionalizado no mundo ocidental e nem se reflete no branco. O mundo em paz transborda cores por todas as partes! Desde a natureza que orquestra a paleta infindável de tons e matizes ao homem com roupas em colorações primárias, secundárias, terciárias e complementares que pega seus pinceis e vai criando e recriando substâncias corantes até chegar na matemática, presenteando-nos, dessa forma, com a cores hexadecimais usadas nos pixels da informática. A paz não é de forma nenhuma branca! É cheia de cor, como a vida!

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