Merônimo

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Sentado num banco de pedra, o homem gasta seu dinheiro de plástico em milhares de supérfluos nano tecnológicos. Busca algo que preencha o vazio que aumenta a sua volta. Consome-se cada vez mais na procura e uma ansiedade viscosa adere-se à pele, à alma, sufocando-o. Que é de a alegria e os sorrisos de outrora? Que é de a leveza que o fazia flutuar em nuvens de algodão colorido? Perderam-se numa esquina qualquer, foram ficando para trás, trocados pela satisfação imediatista escondida, quiçá, na tecla de um remoto controle ou presos no pause break do micro de última geração. 

Esqueceu-se de colher risos em canteiros de marias-sem-vergonha, de cultivar sonhos prateados ao luar ou cheios de calor do sol. Perdeu a capacidade de ver a sutileza de uma gota de sereno mal dormido em madrugadas frias de inverno. Não sente a suavidade da folha leve que tremula e cai sem ruído do galho mais alto. Trocou a simplicidade das portas sem chave e das janelas abertas de onde cortinas diáfanas tremulam ao sabor da brisa vesperal, por vigilantes olhos ciclópicos e grades claustrofóbicas.

O homem sentado no banco de pedra deixou para trás a simplicidade, complicou o mundo, compartimentou os sentimentos, leiloou a tranquilidade, abriu mão da individualidade, virou um merônimo  de milhares de outros homens sentados em bancos de pedra espalhados pelo planeta.

1 comentários:

Lindalva disse...

Belo texto amiga Vera, copilastes bem o ser que passa pela vida sem senti-la passando para um beijo saudoso e para te desejar uma doce semana!!

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