Sinto falta da sua presença. Há um vazio diário no qual mergulho sempre que não há nada para fazer. É meu refúgio do mundo, da realidade, da vida. Esse aparente vazio é meu jardim secreto onde posso ser apenas eu mesma. Não há normas, nem horários, nem remorsos. Entretanto nem mesmo assim encontro você. Por mais que tente subverter a razão e me perder na loucura da saudade não consigo nos ver no passado.
Há uma linha intransponível impedindo a minha passagem. Busco algum coelho branco apressado que me guie por um mundo sem começo e nem fim, mas não sendo Alice, não há país das maravilhas para mim... Sei que você está em algum lugar, quero achá-lo, mas não sei onde lhe perdi. Evoco seu rosto, seus olhos, sua boca, mas em minha memória há apenas um vulto, uma espécie de avatar: é a sua representação, mas nada se assemelha ao homem que amei.
As lembranças são um amontoado de flores sem perfume. Para mim são inúteis, pois não resgatam a felicidade e nem diminuem a solidão. Não há bilhetes, nem papel de bombom guardado entre páginas amareladas de livros velhos, nem fotografias de outrora em que estejamos juntos. Não há nada. Resta-me apenas a sensação de que em algum lugar, não sei bem onde, nossas mãos entrelaçadas separam-se. Cada um de nós foi para um lado, seguiu seu caminho. Sem adeus nem até breve.
1 comentários:
Oi querida passando para vê as novidades e te desejar uma semana com muito perfume... ah! tu é residente lá do palácio real né? mas não te vi ainda nas brincadeiras, aparece por lá amiga Vera as brincadeiras são super giras. Beijos no coração
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