Em certos momentos penso em fazer tal
qual Virgínia: encher os bolsos de pedras e mergulhar em algum rio ou mar e
deixar que a vida se vá misturada à correnteza... Sou muito fraca para isso,
não tenho essa têmpera e, depois, penso naqueles que sofrerão pelo que fiz.
Jamais serei capaz de agir assim, mas o mesmo não digo dos pensamentos...
Minha mente vagueia numa penumbra
tal, que há momentos que perco a noção de tudo. Penso estar dormindo, porém há
um mundo tão real, cheio de sons, cheiros e cores que a certeza de que estou
desperta faz-me ver a dimensão imediata na qual me encontro. Meu sono,
entretanto, é tão racional, sou tão eu mesma enquanto durmo, a ponto de tomar
decisões só possíveis caso esteja acordada.
Perdi-me em meu próprio labirinto,
ando à busca de um fio que me conduza à saída, que me indique rotas seguras,
trilhas sem perigos, arenosas, sem pedras. Uma simples senda basta, desde que
me traga de volta a mim mesma.