Por uma vereda apenas...





Em certos momentos penso em fazer tal qual Virgínia: encher os bolsos de pedras e mergulhar em algum rio ou mar e deixar que a vida se vá misturada à correnteza... Sou muito fraca para isso, não tenho essa têmpera e, depois, penso naqueles que sofrerão pelo que fiz. Jamais serei capaz de agir assim, mas o mesmo não digo dos pensamentos...

Minha mente vagueia numa penumbra tal, que há momentos que perco a noção de tudo. Penso estar dormindo, porém há um mundo tão real, cheio de sons, cheiros e cores que a certeza de que estou desperta faz-me ver a dimensão imediata na qual me encontro. Meu sono, entretanto, é tão racional, sou tão eu mesma enquanto durmo, a ponto de tomar decisões só possíveis caso esteja acordada.

Perdi-me em meu próprio labirinto, ando à busca de um fio que me conduza à saída, que me indique rotas seguras, trilhas sem perigos, arenosas, sem pedras. Uma simples senda basta, desde que me traga de volta a mim mesma.

Turbilhão



Quando a vida da gente vira de ponta cabeça, começamos a juntar os pedacinhos que sobram. Nunca conseguimos colá-los nos locais exatos, mas, de um modo ou de outro, vamos dispondo-os da melhor forma possível. No entanto, quando uma fortaleza começa a ruir e por mais escoras que coloquemos não conseguimos contê-la, uma parte de nós desaba junto.

Ando tomada por uma estupefação sufocante. O inesperado tomou-me de surpresa, desarrumou minha vida, abalou meus alicerces. Tão repentinamente como um furacão que sai varrendo tudo e jogando para o alto o que está à frente...  Tento ater-me a algum ponto que me ampare, fecho os olhos e penso: “Vai passar”.

Sou um fiapo de nuvem que procura em Deus a força e a coragem para continuar, buscando uma vereda segura e reconfortante, uma enseada plácida onde possa respirar baixinho, vazia de dores e temores e prenhe de esperanças.

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