Ausência






Há quase duas semanas minha mãe nos deixou. Inesperadamente ela fez sua passagem para outro plano, quiçá maior, mais cheio de luz, paz e amor. Com certeza ela está feliz entre os anjos e seus cânticos maviosos. Não sentirá mais cansaço, nem dor, nem medo, tampouco tristeza. Eternamente desfrutará da presença e do amor de Jesus.

Mas o que eu faço com essa saudade que machuca meu coração todos os instantes? Como preencher esse vazio imenso que ficou sem sua presença ao meu lado? Não estou apenas órfã, estou desamparada, porque por mais que eu me afastasse, sabia que ela estava sempre lá a minha espera. Minha solidão é grande, perdi o rumo de minha vida.

Sinto-me como uma folha que se desprende do galho e a brisa vai levando para um lado, para outro até que caia em algum lugar. Como afirma Drummond as mães deveriam ser eternas. Meu sono é vazio, deixei de sonhar, entretanto sei que em algum momento há de vir do céu um sopro manso e suave que irá banir minha tristeza, um sopro que não será outra coisa que um beijo de mãe vindo de longe, porém mágico, doce, vivificador. Um beijo seu, minha mãe.

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