Tempos de Magenta

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Naquela manhã, ao abrir a janela vi que no meu canteirinho de margaridas esquálidas crescia uma haste com folhas de um verde viçoso e brilhante em cuja extremidade havia uma flor vermelha. Não dava para identificar que espécie de flor era aquela que chegara ali tão lampeira, instalando-se sem nenhuma cerimônia, fazendo com que as outras plantas parecessem ainda mais desbotadas e tristes.

Nas casas vizinhas as floreiras estavam ressequidas e os galhos das poucas plantas que ainda restavam vivas, eram amarelados e curvos pelo acúmulo da poeira neles depositada. A estiagem prolongada pincelara de cinza jardins e quintais, cobrira o mundo com um manto triste e descolorido de viuvez hibernal.

O céu sem nuvens ia perdendo a cor e o azul já estava tão esmaecido que a impressão que se tinha era que um imenso filó desbotado, aos poucos, ia envolvendo tudo e todos. Não havia brisa, nem canto de pássaros. Sem flores, as borboletas foram adejar onde houvesse vida e cor e néctar. O que restava era um marasmo seco, modorrento que ia devorando a vontade, a alegria, a ânima daquele lugar.

De repente eis que surge a flor vermelha! De onde teria vindo? Como foi possível brotar assim tão bela em meio àquela terra agonizante? O fato era que ela estava ali lindamente agarrada ao solo ressequido, exalando um doce perfume. Tão repentinamente como a flor aparecera, surgiu uma borboleta amarela, seguida de um beija-flor azul. Gotas de chuva começaram a cair suavemente e com ela chegou a certeza de dias cheios de luz e tardes festivas.

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