Esqueceu-se de colher risos em canteiros de marias-sem-vergonha, de cultivar sonhos prateados ao luar ou cheios de calor do sol. Perdeu a capacidade de ver a sutileza de uma gota de sereno mal dormido em madrugadas frias de inverno. Não sente a suavidade da folha leve que tremula e cai sem ruído do galho mais alto. Trocou a simplicidade das portas sem chave e das janelas abertas de onde cortinas diáfanas tremulam ao sabor da brisa vesperal, por vigilantes olhos ciclópicos e grades claustrofóbicas.
O homem sentado no banco de pedra deixou para trás a simplicidade, complicou o mundo, compartimentou os sentimentos, leiloou a tranquilidade, abriu mão da individualidade, virou um merônimo de milhares de outros homens sentados em bancos de pedra espalhados pelo planeta.
1 comentários:
Belo texto amiga Vera, copilastes bem o ser que passa pela vida sem senti-la passando para um beijo saudoso e para te desejar uma doce semana!!
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